11.9.11

Capítulo 1

Ventava. E chovia fino. Era possível umidecer os olhos fitando choros inconsoláveis entre as pessoas desconfiguradas cujas faces desalinhavam tenuamente. Outra explosão. Caos. - Corram, corram! - disse-lhes alguém que continha desespero na voz. Dois dos maiores prédios mundiais se resumiriam em destroços. E, em meio à angustia de quem ainda vive, duas crianças me chamaram atenção. A maior delas gritava deliberadamente como numa tentativa fadada ao fracasso em mudar todo aquele cenário que fora pincelado naquelas ruas de Nova Iorque. A outra, no entanto, silenciava. E esse silêncio fora ensurdecedor ao meus ouvidos que acompanhara tudo de perto. De tão perto. Quase dentro. Thiago tinha 15 anos. Perdeu o pai. Rafa tinha 13. Perdeu a mãe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário