24.6.10

Fim.

Há muitos este sonho se faz feedback em minha mente cansada. Cri que era chegada a hora e o céu consentiu emanando brilho pelas estrelas coadjuvantes nesta história. Desassossegado, entre pausas e suspiros, volta e meia, buscava na Lua, a permissão. E Ela, enquanto não permitia, nada eu diria. Soluçava, fingindo tossir, corava-me. Afogado por um mar de ansiedade, minhas pernas trêmulas, puseram-se a andar de canto a canto. Era chegada a hora. Levantei-me e conferi a forma em que a constelação se modelava em torno à Lua, era chegada a hora. Fechei os olhos. Suspirei.

20/06/2010 — Eternizando um momento.

"Ainda vejo o cheiro da sua surpresa: é doce."

22.6.10

Eu protegi teu nome por amor.

Eu não posso deixar
Este amor rasgar a pele
E fugi pelo peito

Eu quero mais que arda.
Que doa. Que fira.

Eu não posso deixar
Tudo que me sustenta, ceder.
Eu não posso deixar
Tudo que me alimenta, morrer.



"Se fosse apenas paixão, eu entenderia. Se fosse apenas desejo, eu entenderia. Mas tinha um quê a mais. Sempre tem um quê a mais..."

18.6.10

Querer.

'Eu quis tanto ser tua paz'. Eu quis tanto ser teu remédio. E teu veneno. Eu quis tanto te olhar ao acordar e fitar teus olhos umidecidos de graça. Eu quis tanto ser tua graça. E teu lamento. Muitas vezes quis ser tua companhia. Poucas, tua distância. Eu quis tanto ser tua saudade. Eu quis tanto que tu olhasses para o telefone e automaticamente discasses meu número. Eu quis tanto que tu tivesses meu número. Meu nome. Meu endereço. Meu rumo. Eu quis tanto ser teu rumo. Quis tanto guiar-te por este mundo afora e mostrar-te da beleza que carrego em meus abraços. Eu quis tanto teus abraços. Eu quis tanto tua beleza. Eu quis tanto te guiar...

Eu quis tanto te beijar e poder falar dos tantos quereres que querem sair de mim e ganhar vida. Eu quis tanto ser tua vida. Eu quis tanto tomar café-da-manhã contigo e viver com teus amanteigados. Eu quis tanto ser teu amanteigado. Eu quis tanto que tu tivesses me amado. Talvez um pouco mais. Talvez, um milímetro a mais. Eu quis tanto tua coragem e fazer-te compreender tamanhas vontades. Eu quis tanto que tu tivesses vontade. Eu quis tanto ser tua parte. Eu quis tanto te levar a Marte, passeiar por Júpiter e te levar ao Sol. Eu quis tanto ser teu Sol. Tua Lua. Tua Terra. Teu chão.

Eu quis tanto tua mão. Tua pele. Eu quis tanto teus detalhes. Tua piscada de olho. Teu sorriso entreaberto. Teus dentres trincados. Eu quis tanto aproveitar teus silêncios. E roubar-te em minhas palavras. Eu quis tanto ter o destino de tuas palavras. Eu quis tanto teu suor, tua malemolência. Tua vivacidade. Teu calor. Ah! Eu quis tanto ser teu amor.

17.6.10

Vem.

Ainda estarei te esperando naquela mesma praça, na esquina daquela ruela. Apresse-se um bocado porque agora eu tenho pressa. Não perca seu tempo, meu tempo, não perca mais todo nosso tempo perdido. Eu não quero mais viver de expectativas. Eu quero te falar, deixar saber, evidenciar, proclamar, ressaltar, amar. Mais. Um pouco mais. Não sei que horas marcam naquele relógio desenhado no banco da praça destruído pelo tempo, não sei se tu ja estás a caminho. E pouco sei sobre o caminho. Ainda te espero, agora em pé, nesta mesma praça onde tu sempre podes me encontrar. E nunca encontrou. Ainda te espero. Por apenas mais uma vez.