Eu poderia agora falar um pouco sobre amor ou alguma futilidade do tipo, mas eu queria mesmo falar sobre controle remoto. É, mas não é qualquer um, tem que ser tipo dvd, com pause e tudo. Acho fascinante, me entretenho na mágica facilidade que ele me dispõe.
Se tem alguém azucrinando minhas idéias, eu posso resolver isto num simples aperto, desde um abaixar volume, até um desliga. Ah, mas se tem alguém me animando, cantando, fazendo piadas, aumento o volume, gravo, coloco legenda e tudo. Deve ser fascinante possuir um controle desses na vida real, selecionar pessoas, lugares, sentimentos: sai isso, vem aquilo, ah isso é bom, aquele lá nem tanto.
Há um acidente para acontecer no piscar dos seus olhos, pause. Entro de mansinho na tragédia, tiro a pessoa do carro, ficamos em lugares a salvo e play, vejo o carro explodir. Se estou amando, é quero mais o botão que faz andar tudo devagar. Se estou odioso, aperto o >>,e só alegria.
Mas possuir um controle desses requer bastante responsabilidade, não é qualquer um que pode ter. Já pensou se uma pessoa que não vai muito com a sua cara tem esse controle? No meio de tantas asneiras que falamos, em meio a tantas babaquices, ele chega e aperta o replay, depois congela a imagem, e ficamos ali ridiculos até a risada dele acabar. Pensando bem, um controle da vida seria ameaçador. Em mãos erradas, poderia causar milhares de danos irreparáveis.
Por isso, seria bem mais legal ter uma reloginho de pilha para a vida, e até te diria porque, mas eu gastaria muita duracell para isso.
*Texto registrado e protegido pela Biblioteca Nacional.
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