19.12.11

Intraduzindo o amor

Tenho medo de quando fico inerte olhando um editor de texto e não consigo delinear em palavras o que eu estou sentindo, porque eu, viciado em palavrear emoções, sempre acreditei que se um dia eu não pudesse escrever sobre uma paixão, talvez fosse um sinal de que não era paixão. Amor não se traduz. E, não se traduzindo, apenas sentiria. E me pego desalentado observando nossa história não acontecendo nesse momento, porque sabemos que tudo tem seu momento certo, e, não, não estamos no nosso momento certo. Acreditei, também, que pudéssemos reinventar nosso momento certo, e, acreditando nisso, descobri que ninguém pode controlar o tempo, tampouco suas peripécias. Por isso, espero, sabe. Enquanto não me sufocar o coração, eu espero. Talvez nessa espera, tudo desapareça. Ou fique ainda mais intenso. Ou nada. Nada mudaria. Permaneceria. Mas espero. De longe. Esperando que o tempo nos aproxime. De novo.

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