29.12.11

Adeus

Eu precisava sucumbir esse amor que estava pra nascer por você. Acordei de luto em um dia cinza procurando uma clínica qualquer para fazer esse aborto. Por isso te procurei, te liguei, te enchi o saco, me fiz presente até quando inconveniente, precisava que você me falasse um chega. E você não falou. Então. Estive de saída. Arrumei as malas, a casa, o coração. Meti o pé na estrada acelerando fundo e, foi perigoso, arranquei o pedal do freio. Fui.

19.12.11

Intraduzindo o amor

Tenho medo de quando fico inerte olhando um editor de texto e não consigo delinear em palavras o que eu estou sentindo, porque eu, viciado em palavrear emoções, sempre acreditei que se um dia eu não pudesse escrever sobre uma paixão, talvez fosse um sinal de que não era paixão. Amor não se traduz. E, não se traduzindo, apenas sentiria. E me pego desalentado observando nossa história não acontecendo nesse momento, porque sabemos que tudo tem seu momento certo, e, não, não estamos no nosso momento certo. Acreditei, também, que pudéssemos reinventar nosso momento certo, e, acreditando nisso, descobri que ninguém pode controlar o tempo, tampouco suas peripécias. Por isso, espero, sabe. Enquanto não me sufocar o coração, eu espero. Talvez nessa espera, tudo desapareça. Ou fique ainda mais intenso. Ou nada. Nada mudaria. Permaneceria. Mas espero. De longe. Esperando que o tempo nos aproxime. De novo.